Tuesday 2 November 2010

Nova morada

fra-balkongen.blogspot.com

Sunday 27 September 2009

Rumo ao Leste


Numa altura em que ainda respondia pelo nome de Charles-Édouard, e com os seus inocentes 24 anos, aquele que viria a tornar-se o arquitecto mais marcante do século XX decidiu trocar a "Grand Tour" (a viagem "obrigatória" pelas grandes capitais europeis) pelas incógnitas cidades e culturas da Europa de Leste incluindo Viena, Budapeste, Bucareste, Istambul, Atenas, entre muitas outras.

Durante os sete meses que esta viagem durou, o jovem estudante manteve um diário, com um conjunto de reflexões muito pessoais, relatando as experiências que viveu, o que via e o que sentia, mantendo sempre uma postura mais ou menos aberta para estas culturas e gentes que agora se começavam a revelar. Tudo isto acompanhado por inúmeros desenhos, esboços ou simples apontamentos, hábito que iria manter para o resto da sua vida.

Publicado a título póstumo (por imposição do próprio), este livro é um verdadeiro romance de aventuras, que de alguma forma nos leva às nossas leituras juvenis em que tudo é lido num ápice. Embora não sendo um "livro de arquitectura" este diário faz as delícias dos geeks da arquitectura, permitindo uma aproximação à pessoa e não à obra, sem no entanto esquecer as multíplas referências arquitectónicas e este sentido de descoberta da profissão que o iria tornar famoso.

Tuesday 24 February 2009

O que fica

E porque a melhor forma de partir é olhar para o que fica:


Museu para a Coleccão Sandvigske, Lillehammer,1949-1956

Concurso para o Crematório de Larvik, 1950
Estudo para habitacão colectiva, Oslo, 1951
Lar de Idosos em Økern, Oslo, 1955, com Geir Grung
Concurso para uma Igreja em Harstad, 1953
Concurso para a Norges Varemesse (Centro de feiras e exposicões), Oslo, 1956
Pavilhão da Noruega para a Expo em Bruxelas, 1956-1958
Concurso para a Igreja Kong Haakons, Copenhaga, 1956-1958
Concurso para Museu em Leopoldville, Congo, 1958
Pavilhão da Noruega para a Bienal de Veneza, 1958-1962
Villa Schreiner, Oslo, 1959-1963
Fotoforretning, Prinsens gate, Oslo, 1960
Villa Underland, Ski , 1960-1962
Concurso para o Auditorium Maximum na Norges Landbrukshøgskole, Ås, 1961
Concurso para o Restaurante no topo da Spiral, Drammen, 1961
Villa A. Bødtker, Oslo,1961-1965
Villa Wessel, Oslo, 1962-1965
Habitacão colectiva em Bøler, Oslo, 1962-1972
Concurso para o Karl Johan-kvartalet, Oslo, 1963
Concurso par o Museu de Arte em Høvikodden, 1963
Villas Nórdicas, Norrköping, 1963-1964
Concurso para Casa-tipo Eternit, 1963-1964
Villa Skagestad 1963-1964
Concurso para uma Igreja em Honningsvåg, Nordkapp, 1965
Concurso para Urbanizacão em Skedsmo, 1965
Concurso para a Sala de Concertos Grieg, Bergen, 1965
Concurso para o Museu Nacional da Floresta / Norges Skogbruksmuseurn, Elverum, 1965-1966
Villa C. Bødtker I e II, Oslo, 1965-1967, 1982-1985
Villa Sparre, Skedsmo, 1965-1967
Concurso para a Igreja em Rossabø, 1966
Concurso para um Hotel e Centro de Conferências em Riyadh, Arábia Saudita, 1966
Concurso para Urbanizacão em Tønsberg, 1967
Novo Cinema Colosseum, Oslo, 1963
Museu Hedmark para a Catedral de Hamar, 1968-68
Villa Johnsrud, Bærum, 1968-1970
Projecto para a Moradia Wiggen, Estocolmo, Suécia,1968-1972

Concurso para o Pavilhão da Noruega para a Expo de Osaka, Japão, 1970
Escola em Skådalen, Oslo, 1970-1977
Concurso para Urbanizacão em Tullinløkka, Oslo, 1972
Exposicão Medieval em Høvikodden, 1972
Villa Holme, Holmsbu, 1972-1975 e 1995-1996
Concurso para uma Biblioteca em Trondheim, 1977
Concurso para o Centro de Congressos Lægeforeningens, Oslo, 1978
Estudo para Bloco habitacional em Svartskogodden, 1978
Concurso para o Novo Centro Cultural em Stavanger, 1979
Estudo para Museu Mineiro, Røros, 1979
Concurso para o Museu de Wasaskipet, Estocolmo, Suécia, 1982
Concurso para a Ópera Bastille, Paris, 1983
Exposicão de soldados chineses, Høvikodden, 1984-1985
Casa de tijolo / Teglsteinhuset, Bærum, 1986-1987
Escola de surdos Skådalen em Holmenkollåsen, 1971-1977
Villa Kise, Skien, 1990
Villa Busk, Bamble, 1987-1990
Estudo para a Galeria de Arte Verdens Ende, Tjøme, 1988
Concurso para o novo Palazzo del Cinema em Lido,Veneza, Itália, 1989-1990
Museu Noruguês dos Glaciares, Fjærland, 1993-1991
Concurso para o Centro Recreativo de Mauritzberg Slot, Norrköping, 1991
Concurso para o Centro de informacão, Parque Nacional de Borre, 1993
Concurso para o Museu do Graffiti / Centro Cultural, Borge, 1993
Centro Aukrust em Alvdal, 1996
Concurso para o Museu da Água, Suldal, 1994-1995
Estudo para Centro de informacão cultural e histórica, Ulefoss, 1995
Concurso para a expansão do Teatro Real , Copenhaga, Dinamarca, 1996
Quinta Ivar Aasen, Ørsta, 2000
Museu Norueguês de Fotografia, Horten, 1997-2001
Gyldendals forlags, Oslo, 2007
Museu de Arquitectura, Oslo, 2008

Ha det Sverre Fehn


Porque ninguém escapa à inevitabilidade que é o adeus à existência física do corpo, nem os grandes ou os génios, uma última palavra para aquele que durante a sua existência se preocupou tanto com a existência física e sensorial de outros corpos. Ha det Sverre Fehn.

Thursday 30 October 2008

Mariza - coração e dor

Não é muitas vezes que se ouvem referências a Portugal ou à língua portuguesa por estas paragens, mas num jornal diário saiu ontem um grande destaque para o concerto de Mariza a ter lugar no próximo dia 9, no Oslo Konserthuset, integrado no World Music Festival.
Com uma página ocupada inteiramente por uma foto e outra página com uma pequena entrevista, discografia e uma crítica ao seu último disco, assim se faz a introdução do fado e da artista a um país não propriamente familiarizado com o género musical ou com a cultura portuguesa, for that matter (para além da praia e do bacalhau).
A entrevista, ou o entrevistador, passa de relance pelas origens do fado (e da artista), passa pelo lugar mais ou menos comum da expressão de sentimentos/ sofrimento (????), terminando com o carácter político do fado (?) sobretudo durante o Estado Novo. Se bem que música não seja propriamente o meu campo de acção, e as minhas desculpas aos mais entendidos, não pude deixar de me questionar: é o carácter político do fado, enquanto estilo musical, a melhor forma de o apresentar no estrangeiro? É o Estado Novo uma realidade com a qual a sociedade norueguesa esteja familiarizada? Será o título "Hjerte og smerte" (coração e dor) a melhor forma de descrever a música de Mariza? Muitas questões ficaram no ar mas no final, pergunto-me se esta forma de introduzir uma artista e um género musical desconhecidos contribuirão para uma sala cheia. Veremos.
Como a própria diz às tantas, fado é mais que política, mais que "coração e dor", ultrapassando fronteiras e idades, ultrapassando inclusivamente a "barreira" da língua. Silêncio que se vai cantar o fado (no próximo domingo, em Oslo)



Saturday 25 October 2008

Museu Whitney de Arte americana

Da autoria do arquitecto e designer Marcel Breuer (1902-1981), o Whitney Museum of American Art, fundado pela escultora e coleccionadora, Gertrude Vanderbilt Whitney em 1931, alberga uma das mais importantes colecções de Arte americana do século XX.
Construído entre 1963-66, o Museu constitui uma das obras mais marcantes do arquitecto inserido frequentemente no designado Estilo Internacional. A sua volumetria, o revestimento em granito cinzento, as poucas e salientes aberturas contrastam com a envolvente da Madison Avenue, tornando o edifício em algo intrigante à partida. A organização espacial do interior provoca o mesmo sentimento de descoberta e intriga.
Dada a numerosa colecção um novo núcleo do Museu está já planeado com abertura prevista para 2012, da autoria de Renzo Piano.

Sunday 12 October 2008

Centro de Arte Henie-Onstad , Bærum

A apenas 25 minutos de Oslo encontra-se o Centro de Arte fundado pela campeã olímpica e mundial de patinagem no gelo Sonja Henie e pelo marido, Niels Onstad, em 1968.

O museu com o nome do casal foi fruto de um concurso nos anos 60 do qual saíram vencedores os arquitectos Jon Eikvar e Sven Erik Engebretsen, com uma proposta que pretendia contrariar a geometria regular e os espaços quadrangulares uniformes do Movimento Moderno, optando por uma linha mais expressionista, ligada no caso nórdico a Alvar Aalto, através da criação de espaços de formas mais orgânicas e irregulares.

Nos anos 80, o museu necessitava de mais espaço, assim sendo os arquitectos desenharam uma proposta em que esta nova expansão respeitava a filosofia inicial do projecto, apesar da distância temporal e do facto de estar perfeitamente integrado com o edifício original, fazendo a diferenciação através de desníveis e pés-direitos que claramente correspondem a outro tipo de espaço. Entre várias diferenças, seria de assinalar a luz indirecta, que, se no edifício original é difusa (qual cidade submarina), nesta extensão a atmosfera é mais fria e crua .

Em 1994, uma nova ala foi inaugurada, também da autoria dos mesmo arquitectos, já com uma filosofia completamente diferente, relacionados com as alterações do contexto mas também com o amadurecimento dos próprios arquitectos. Os materiais "internacionais" foram abandonados e foi feita uma reinterpretação dos materiais locais adaptando-os a uma linguagem formal mais ligada à realidade quotidiana.
De destacar, o excelente trabalho de madeira, estrutural e aparente, apresentado sem tratamentos nem pinturas. Madeira crua, rugosa, que magoa quando passamos a mão, e duas ou três aberturas pontuais que enquadram pontos edílicos da paisagem envolvente.

O pretexto para a ida ao museu, foi uma exposição de desenhos do pintor Paul Klee, que fizeram as delícias de um domingo chuvoso.
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