Thursday 30 October 2008
Mariza - coração e dor
Saturday 25 October 2008
Museu Whitney de Arte americana
Construído entre 1963-66, o Museu constitui uma das obras mais marcantes do arquitecto inserido frequentemente no designado Estilo Internacional. A sua volumetria, o revestimento em granito cinzento, as poucas e salientes aberturas contrastam com a envolvente da Madison Avenue, tornando o edifício em algo intrigante à partida. A organização espacial do interior provoca o mesmo sentimento de descoberta e intriga.
Sunday 12 October 2008
Centro de Arte Henie-Onstad , Bærum
Em 1994, uma nova ala foi inaugurada, também da autoria dos mesmo arquitectos, já com uma filosofia completamente diferente, relacionados com as alterações do contexto mas também com o amadurecimento dos próprios arquitectos. Os materiais "internacionais" foram abandonados e foi feita uma reinterpretação dos materiais locais adaptando-os a uma linguagem formal mais ligada à realidade quotidiana.
O pretexto para a ida ao museu, foi uma exposição de desenhos do pintor Paul Klee, que fizeram as delícias de um domingo chuvoso.
Monday 6 October 2008
Hearst Tower
A Hearst Tower, apesar de recente, encontra-se envolvida num conjunto de simbolismos, significados, ao mesmo tempo que é, a vários níveis um sinal de esperança. Num sentido, foi a primeira torre a ser concluída depois do fatídico 9/11, por outro, a primeira torre "verde" da cidade, sinal de optimismo para a sustentabilidade de uma mega-metrópole vs ambiente.Desde 2006, Nova Iorque ostenta o seu primeiro "Green building", da autoria de um "Sir" há muito envolvido nestas matérias, Norman Foster. Tal como o arquitecto tem vindo a desenvolver, esta torre incorpora um conjunto de estratégias que irão permitir uma redução significativa dos custos energéticos do edifício, do mesmo modo que se procedeu à utilização de vários materiais reciclados para a sua construção, nomeadamente, 80% do aço empregue é reciclado.
Obviamente, todas as questões ambientais são há muito uma preocupação dos profissionais da área, mas em muitos casos tem acontecido que, na perspectiva da auto-suficiência energética e todos os temas afins, dir-se-ia que os conceitos arquitectónicos são basicamente esquecidos e transforma-se o edifício numa máquina de poupar energia esquecendo-se que arquitectura é também espaço, e mais ainda, espaço qualificado (para além do sentido físico que a própria questão envolve).
Pois esta torre, apresenta claramente uma imagem forte que (acredito) envolva um conjunto de espaços, diferenciados, apelativos, com características de luz variáveis, tranformando espaços de escritórios / lugares de trabalho em algo motivador / inspirador. Obviamente que estamos também a falar de imagem / media, tão ao estilo do Sir, mas porque não, desde que isso contribua para criar a fun-cidade (qual fun-palace).
Além do mais, dizem eles. a estrutura triangular, poupa na quantidade de aço estrutural empregue. Ganhamos todos!
Thursday 2 October 2008
MAD ( Museum of Arts and Design)
A proposta, agora construída, da autoria do arquitecto Brad Cloepfil (Allied Works Architecture), continua a receber as mais fortes críticas de arquitectos, críticos e imprensa, sobretudo relativas à destruição do edifício original, considerado património da cidade. Para além disso, críticas têm sido feitas relativamente ao próprio design, materiais, detalhes, todos os aspectos têm servido para continuar a alimentar esta polémica (justificada?).
Para quem não vive(u) em Nova iorque e não pôde experienciar o edifício original, é este Museu um projecto assim tão mau? É um projecto sóbrio (daquilo que é possível concluir a partir do exterior) com um uso racional de materiais e cores que incorpora ainda uma linguagem abstracta através de manchas e linhas que atribuem às fachadas uma certa dinâmica, sem recorrer a soluções espampanantes tipo Gehry. Talvez não seja um edifício de leitura imediatista (mesmo pelos críticos???) mais ao estilo americano, mas o MAD não é um mau projecto. O tempo o dirá. Se assim for, e numa cidade que se altera/muda/renova à velocidade de Nova iorque, este edíficio será substituído por um melhor (?) no prazo de 20/25 anos (se tanto).Sunday 28 September 2008
American Folk Art Museum (AFAM)
O novo edício onde está instalada a colecção, inaugurado em 2001 pela mão do atelier Tod Williams & Billie Tsein, contribuiu para uma maior visibilidade da própria colecção, que, como acontece frequentemente, utiliza a arquitectura de destaque (capa) para valorizar a própria colecção (conteúdo), não necessariamente mau, dependendo do modo como tais situações são manipuladas.
No entanto, e apesar de estarem paredes-meias, a sede deste museu consegue ostentar uma fachada, pelo menos, mais apelativa que o seu vizinho Museu dos artistas consagrados (MoMA). Não que algo se possa reduzir à fachada (um projecto não são apenas fachadas), mas numa leitura talvez simplista, de análise directa de ambas as fachadas, e apesar de conceitos distintos, este AFAM desperta a curiosidade e alerta os sentidos. O dramatismo dos 3 planos que compõem a fachada, a cor cobre escolhida como material de revestimento, os reduzidos rasgos de aberturas que condicionam e direccionam a entrada de luz no edifício contrastam com a fachada do seu vizinho, mais apaziguadora, mais "limpa", menos dramática, uma fachada plana com 3 rasgos horizontais.
Curiosamente, o Museu dos não-consagrados, com a sua fachada de arquitectos não-consagrados (apesar do edifício ter ganho vários prémios de arquitectura, este casal de arquitectos permanece relativamente anónimo) desperta secretamente mais interesse que o vizinho Museu dos consagrados, com o seu arquitecto consagrado. Paradoxo? Ou sinal de uma sociedade que apenas vê Stars?
Saturday 27 September 2008
MoMA
O edifício original, projectado por Philip Goodwin e Edward Durel Stone, foi aberto ao público em 1939, sofrendo o edifício grandes obras de renovação (2002-2004) pela mão do arquitecto nipónico Yoshio Taniguchi, envolvido, como seria de esperar, em numerosas críticas e protestos.
No edifício é de salientar a organização em torno de dois espaços centrais: 1- o grande vazio interior que desempenha um papel fulcral na comunicação visual entre os diversos pisos, funcionando com ponto de refência num museu destas dimensões, evitando a sensação de desnorteo; 2- o magnífico Jardim das esculturas, pequeno Éden no centro de Nova Iorque, presença constante durante a circulação no interior do Museu, proporcionando ao mesmo tempo a entrada de uma luz natural e suave no interior das galerias.
De entre a gigantesca colecção destacaria a secção de arquitectura, com numerosos desenhos, maquetas, fotos, etc. dos mais consagrados arquitectos dos ultimos 100 anos.
Sunday 21 September 2008
Andy Warhol by Andy Warhol
Saturday 20 September 2008
Guggenheim
Monday 15 September 2008
Mies e o Seagram
Finalizado em 1958, o edifício Seagram, da autoria da dupla Mies van der Rohe (1885-1969) e Philip Johnson, constitui um marco da história da arquitectura pela inovação da utilização dos seus elementos metálicos estruturais sem (supostamente) qualquer tipo de revestimento. De acordo com Mies, e com os princípios de um chamado "Estilo Internacional", o edifício deveria reflectir a sua própria estrutura, de um modo "verdadeiro" e "assumido". No entanto, devido aos regulamentos americanos contra-incêndios, um edifício não poderia ter à vista colunas de aço (por perigo de colapso em caso de exposição a altas temperaturas), assim sendo o arquitecto viu-se obrigado a revestir as colunas com perfis em I de cor bronze, que constitui aliás a imagem do edifício.
Friday 12 September 2008
ONU
Tuesday 9 September 2008
New York, New York, Rentrée
Saturday 28 June 2008
Maison La Roche
O caso de Le corbusier é paradigmático da complexidade da Arquitectura, do projecto e de tudo o que a ele está associado. Que me seja permitida esta visão bipartida da poética, mas efectivamente a leitura pessoal que faço deste conceito leva-me a distinguir uma "poética do racional" e uma "poética do sensível" (os nomes são meramente provisórios e pretedem apenas constatar duas aproximações distintas ao projecto).
No exemplo da Maison La Roche, são óbivios alguns dos traços do pensamento racionalista de Le Corbusier, sobretudo quando observado do exterior: a geometria das caixilharias, a simplicidade dos volumes, etc. Quando no interior, as geometrias rigorosas, que também existem, proporcionam espaços de contemplação, de fruição, não se tratando já de um jogo de volumes, puro e simples, mas existe efectivamente uma ideia de espacialidade, de diferentes experiências de especialidade. Sendo óbvio que todo o processo de fazer Arquitectura passa por um processo de racionalização de conceitos e sentidos, é também verdade que em algumas obras, mesmo depois de todo um longo precurso, permanecem estas ideias de sensibilidade das formas e dos espaços.
Friday 27 June 2008
Um salto a Lisboa, uma viagem a Le Corbusier
Sunday 8 June 2008
Janelas
Janela é referenciada normalmente com "um vazio num pano opaco", relacionado em geral ao uso de um material transparente ou translúcido. No entanto, a ideia de vazio associado ao elemento "janela" tem-me provocado alguns momentos de reflexão. Se vazio significar ausência, se significar "zero", pode uma janela ser um vazio?
Na Idade Média, por razões que para este caso nao têm tanta relevência, as ditas janelas, aberturas nos panos verticais de um edifício, eram molduras para magníficos vitrais, cujo papel pedagógico é inquestionável, transmitindo um saber e um conjunto de conceitos que moldavam uma sociedade. Eram janelas, vazios?
Ao percorrer a cidade, em deambulações várias, encontro-me geralmente na tentação de tentar descobrir o que está por detrás deste panos transparente (fetiche voyeurista?) e normalmente aquilo que consigo captar são reflexos da realidade circundante ou momentos interiores de um quotidiano banal. Seja em que caso for, não consigo ler estes, geralmente, rectângulos de vida como ausências.
Quando no interior, e perante uma janela fechada, aquilo que o meu olhar consegue alcançar não são os reflexos, não são os quotidianos interiores, mas sim uma vida exterior. Exterior ao espaço onde estou, exterior a mim, numa acção na qual não participo.
As janelas constituem na maior parte das vezes importantes elementos na definição/ composição da própria fachada, como material sólido e corpóreo, chamados (de forma simplista e, acrescentaria, errónea) como vazios. O transparente, se o quisermos ler como vazio, só muito raramente, e em situações muito particulares, o é, de facto, ausência.
Dadas estas premissas, será sensato continuar a pensar em janelas como vazios na "fachada"? ou deveremos começar a pensar nestas aberturas, como o uso de um material com corpo e massa?