Precisamente ao lado do MoMA existe um outro museu, que provavelmente passa mais despercebido (qual peso da fama!) que poderíamos chamar de Museu Americano de Arte Popular. A colecção, criada a partir de 1961, apresenta a obra de artistas auto-didactas, ou artistas não consagrados, ou seja, daqueles que estão fora do sistema que o próprio mercado da Arte criou.
O novo edício onde está instalada a colecção, inaugurado em 2001 pela mão do atelier Tod Williams & Billie Tsein, contribuiu para uma maior visibilidade da própria colecção, que, como acontece frequentemente, utiliza a arquitectura de destaque (capa) para valorizar a própria colecção (conteúdo), não necessariamente mau, dependendo do modo como tais situações são manipuladas.
No entanto, e apesar de estarem paredes-meias, a sede deste museu consegue ostentar uma fachada, pelo menos, mais apelativa que o seu vizinho Museu dos artistas consagrados (MoMA). Não que algo se possa reduzir à fachada (um projecto não são apenas fachadas), mas numa leitura talvez simplista, de análise directa de ambas as fachadas, e apesar de conceitos distintos, este AFAM desperta a curiosidade e alerta os sentidos. O dramatismo dos 3 planos que compõem a fachada, a cor cobre escolhida como material de revestimento, os reduzidos rasgos de aberturas que condicionam e direccionam a entrada de luz no edifício contrastam com a fachada do seu vizinho, mais apaziguadora, mais "limpa", menos dramática, uma fachada plana com 3 rasgos horizontais.
Curiosamente, o Museu dos não-consagrados, com a sua fachada de arquitectos não-consagrados (apesar do edifício ter ganho vários prémios de arquitectura, este casal de arquitectos permanece relativamente anónimo) desperta secretamente mais interesse que o vizinho Museu dos consagrados, com o seu arquitecto consagrado. Paradoxo? Ou sinal de uma sociedade que apenas vê Stars?
O novo edício onde está instalada a colecção, inaugurado em 2001 pela mão do atelier Tod Williams & Billie Tsein, contribuiu para uma maior visibilidade da própria colecção, que, como acontece frequentemente, utiliza a arquitectura de destaque (capa) para valorizar a própria colecção (conteúdo), não necessariamente mau, dependendo do modo como tais situações são manipuladas.
No entanto, e apesar de estarem paredes-meias, a sede deste museu consegue ostentar uma fachada, pelo menos, mais apelativa que o seu vizinho Museu dos artistas consagrados (MoMA). Não que algo se possa reduzir à fachada (um projecto não são apenas fachadas), mas numa leitura talvez simplista, de análise directa de ambas as fachadas, e apesar de conceitos distintos, este AFAM desperta a curiosidade e alerta os sentidos. O dramatismo dos 3 planos que compõem a fachada, a cor cobre escolhida como material de revestimento, os reduzidos rasgos de aberturas que condicionam e direccionam a entrada de luz no edifício contrastam com a fachada do seu vizinho, mais apaziguadora, mais "limpa", menos dramática, uma fachada plana com 3 rasgos horizontais.
Curiosamente, o Museu dos não-consagrados, com a sua fachada de arquitectos não-consagrados (apesar do edifício ter ganho vários prémios de arquitectura, este casal de arquitectos permanece relativamente anónimo) desperta secretamente mais interesse que o vizinho Museu dos consagrados, com o seu arquitecto consagrado. Paradoxo? Ou sinal de uma sociedade que apenas vê Stars?