Tuesday 18 March 2008

Último trabalho de Sverre Fehn


Sverre Fehn (1914/08/14, Kongsberg, Noruega) é sem qualquer sombra de dúvida o melhor (e também o mais aclamado) arquitecto noruguês. No entanto, e apesar da qualidade material e espacial do seu trabalho, é um arquitecto desconhecido para muitos, por filosofia própria mas também associado à postura social da sua terra natal, onde a descrição é chave de ouro e postura cívica. A maior distinção foi recebida em 1997 com o Pritzker e a Medalha de ouro Heinrich Tessenow, entre outros prémios nacionais e internacionais.

Apesar de ter trabalhado com Jean Prouvé e ter conhecido pessoalmente Le Corbusier nos anos 50, em Paris, a grande maioria da sua obra encontra-se na Noruega, e quando no estrangeiro, esteve directamente ligada ao país de origem: o Pavilhâo Norueguês na Exposição Universal de Bruxelas (1958) e novamente o Pavilhão Norueguês na Bienal de Veneza (1962).


Apesar de poucos projectos terem chegado à materialidade, Sverre Fehn teve o privilégio de projectar a reabilitação e expansão do Museu de Arquitectura de Oslo, que lhe dedica a exposição inaugural (visitável até inícios de Agosto). Se o trabalho de reabilitação tem por si alguns aspectos interessantes, diria que o novo edifício é o ponto alto do projecto. Uma sala / edifício de dimensões relativamente reduzidas, mas de uma sobriedade e clareza fascinantes. O texturado betão aparente, a leveza dos painéis de vidro e sobretudo o sistema de sombreamento com um brise-soleil em vidro, o piso de madeira, e os pequenos detalhes de tratamento e apresentação da madeira fazem deste espaco algo muito tectónico, material, real, de alguma forma sensual, no sentido em que é difícil resistir a tocar / acariciar os materias, as superfícies.

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