Monday 2 June 2008

Madonna (a virgem)


No seguimento desta reabertura do Museu Munch, e a devolução ao público das duas obras roubadas, umas pequenas notas sobre a Madonna, a segunda obra roubada em 2004.

Madonnas há muitas, tema clássico da pintura ocidental, muito frequente sobretudo a partir do Renascimento, a Madonna representa Maria, mãe de Jesus. De acordo com os pintores clássicos e até ao século XX, esta era representada geralmente como uma mulher madura. Nesta obra de Munch por outro lado, a figura feminina é representada como uma jovem adolescente, numa pose sensual, acentuada pela nudez, pela própria torção implícita do corpo. Mantendo no entanto algumas referências às representações convencionais: uma certa tranquilidade, os olhos fechados, um sinal de modéstia, etc ...


Munch pintou cinco versões (óleo sobre tela) deste quadro entre 1894 e 1895, uma delas na posse do Museu Munch, em Oslo.


Como já foi referido, esta tela foi roubada juntamente com "O Grito", em 2004. Agora de volta ao Museu, os estragos são claros, apesar dos intensos trabalhos de restauro. Compreendo o interesse deste tipo de crime, não compreendo a ignorância a que se pode chegar ao roubar obras famosas mundialmente. Haveria interessados neste tipo de compra? Iria um eventual comprador bastardo adquirir uma obra deteriorada desta maneira durante o roubo? Há obras que são referências culturais e sociais de um país, de uma cultura, algumas de uma civilização. Será possível que o egoísmo de uns quantos abastados sem escrúpulos chegue ao ponto de querer privar o público destas referências? Ainda mais desta forma?


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