O caso de Le corbusier é paradigmático da complexidade da Arquitectura, do projecto e de tudo o que a ele está associado. Que me seja permitida esta visão bipartida da poética, mas efectivamente a leitura pessoal que faço deste conceito leva-me a distinguir uma "poética do racional" e uma "poética do sensível" (os nomes são meramente provisórios e pretedem apenas constatar duas aproximações distintas ao projecto).
No exemplo da Maison La Roche, são óbivios alguns dos traços do pensamento racionalista de Le Corbusier, sobretudo quando observado do exterior: a geometria das caixilharias, a simplicidade dos volumes, etc. Quando no interior, as geometrias rigorosas, que também existem, proporcionam espaços de contemplação, de fruição, não se tratando já de um jogo de volumes, puro e simples, mas existe efectivamente uma ideia de espacialidade, de diferentes experiências de especialidade. Sendo óbvio que todo o processo de fazer Arquitectura passa por um processo de racionalização de conceitos e sentidos, é também verdade que em algumas obras, mesmo depois de todo um longo precurso, permanecem estas ideias de sensibilidade das formas e dos espaços.
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